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terça-feira, 16 de abril de 2024

ESCRITORA IR. MARIA DIONICE SERÁ HOMENAGEADA EM NOVA ESCOLA NO BAIRRO MOINHO DOS VENTOS

 

                                            Imagem: SOARES, L. Extremoz em Prosa, p. 69

Na manhã de hoje a Câmara Municipal de Extremoz aprovou a indicação que homenageia a escritora, historiadora e missionária, Ir. A. Maria Dionice da Silva, para nomear a nova escola que está sendo construída no bairro Moinho dos Ventos.

A indicação nº 050/2024, apresentada pelo vereador Anderson Barbosa, requer que a nova escola localizada no bairro do Moinho dos Ventos receba o nome da Ir. A. Maria Dionice da Silva como forma de homenagear a memória da estimada escritora, historiadora e missionária.

Ainda durante a sessão, o parlamentar agradeceu pela “aprovação em dar o nome da nova escola do Moinho dos Ventos como Ir. A. Maria Dionice da Silva. Sabendo da importância dessa mulher na nossa cidade e na construção da nossa história. Que o nome dela seja eternizado nessa nova escola que será entregue no bairro do Moinho dos Ventos”. Disse.


quarta-feira, 27 de março de 2024

PROJETO DE PRESERVAÇÃO DAS RUÍNAS DE EXTREMOZ É SELECIONADO PELO IPHAN

 

                                                      Ramon Bezerra - Arquiteto e Urbanista 

No inicio do mês foi divulgado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) o resultado do Novo PAC Seleções que contemplou mais de 100 projetos de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Extremoz foi um dos selecionados. Noticia completa disponível no link: https://www.gov.br/iphan/pt-br/assuntos/noticias/novo-pac-selecoes-contempla-105-projetos-de-restauracao-do-patrimonio-cultural-do-brasil

Para concorrerem, os projetos deviam comprovar a relevância, o impacto e a viabilidade técnica para a preservação, promoção e valorização do Patrimônio Cultural. O objetivo foi atender projetos de todo o País, que procurem promover o desenvolvimento cultural e permitam a apropriação dos espaços pela população.

Para compreender melhor o que tudo isso significa e entender as próximas etapas que devem ser seguidas, assim como algumas questões de caráter mais técnico e burocrático, conversamos com o arquiteto e urbanista, Ramon Bezerra, autor do projeto selecionado, e que gentilmente conversou conosco e explicou de forma didática e bastante detalhada todo o processo.

Ramon, Atualmente é pesquisador pelo programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo da UFRN. Inicialmente, explicou que o projeto apresentado ao IPHAN é fruto do seu trabalho de conclusão de curso junto ao departamento de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Semi-Árido (UFERSA), Campus Pau dos Ferros-RN. O trabalho intitulado Manifesto face a inércia: restauro alusivo das ruínas da antiga igreja de São Miguel Arcanjo e convento Jesuíta na cidade de Extremoz/R. Propõe uma intervenção arquitetônica de restauro alusivo na área arqueológica da antiga igreja de São Miguel Arcanjo e do convento Jesuíta na cidade de Extremoz/RN. Foi apresentado e aprovado no final do ano de 2022 com orientação da Professora Dra. Monique Lessa. O trabalho completo está disponível no link a seguir: https://repositorio.ufersa.edu.br/items/98e0e85c-e8a6-4954-879a-a23476939de7

 

SUA RELAÇÃO COM EXTREMOZ

      Explicou ter uma relação íntima com Extremoz. Local onde cresceu e guarda grande parte de suas memórias afetivas. Sobre o interesse em pesquisar o patrimônio histórico, recorda que, ainda jovem, sempre chamou sua atenção a forma como a história de Extremoz era negligenciada pela própria cidade. O interesse pela arquitetura veio da influência do seu pai, pedreiro. . “Reproduzindo os esquemas de plantas que ele fazia”. Disse.


A IDEIA DE TRANSFORMAR O TRABALHO EM PROJETO PARA O IPHAN

Explicou que após apresentar a trabalho para vários órgãos e autoridades da cidade como a prefeitura e a igreja matriz houve um interesse em utiliza-lo como uma proposta de restauro junto aos órgãos de defesa do patrimônio histórico. O primeiro passo foi solicitar o tombamento das ruínas da igreja e do convento dos jesuítas em nível federal para aumentar as chances de ocorrer, de fato, alguma intervenção de caráter arqueológico e arquitetônico. Vale lembrar que atualmente só existe o tombamento em nível estadual, feito ainda em 1990. (Onde os recursos e as equipes de trabalho são mais limitados). Segue imagem da proposta de tombamento cadastrada de tombamento em novembro de 2023, junto ao IPHAN.

                                            Fonte: Iphan.gov.br 

        Em seguida, Ramon, explica que surgiu a oportunidade de submeter a proposta para concorrer ao chamamento público do IPHAN, no Novo PAC Seleções do governo federal e o resultado positivo foi motivo de alegria e orgulho pela trajetória e pelo trabalho realizado.

O QUE ACONTECE AGORA

         Falando, mais especificamente do projeto executivo, o que aconteceu foi a seleção apenas da primeira etapa. Ou seja, o que de fato será feita nas Ruínas da antiga igreja vai depender de estudos realizados por equipe de especialistas multidisciplinar, como arqueólogos, engenheiros, e outros. Uma vez que se trata de uma tarefa minuciosa e interdisciplinar. No entanto as possibilidades de intervenção já estão delineadas pela proposta apresentada. As etapas principais apontadas são:

1 -  Avaliação do potencial Arqueológico (durante a elaboração do

projeto de arquitetura);

2 - Pesquisa Arqueológica (facultativa, a depender da indicação da

primeira etapa);

3 - A utilização dos vestígios (se serão incorporados ao projeto ou

não):

    Os valores contemplados, referente a realização da primeira etapa, estão disponíveis na plataforma do Tranferegov.br de forma pública;

                             Fonte: Transferegov.br

     Sobre um processo de preservação, de acordo com (OLIMPIO, 2020, p. 279) é necessário levantar quatro questões fundamentais: “Por que preservar?”, “Para quem preservar?”, “O que preservar?” e “Como preservar?”. Explica. Nessa medida, Ramon destaca que um projeto dessa magnitude não deve olhar apenas para o aspecto do turismo. Embora seja, sim, um aspecto importante. Ou seja, “o próprio monumento carrega uma carga de valores. A população precisa se apropriar desses valores”. Afirma que “Para além do turismo devemos fomentar o local, a cultura, a identidade e a educação patrimonial. É necessário disseminar a história e a cultura da cidade. Mostrar a riqueza histórica da cidade para o mundo. A educação patrimonial é, sem dúvida, o primeiro passo para esse fomento da identidade local ou da significância cultural”. Disse.

       Citando, Giovane Carbonara, teórico de restauro critico conservativo criativo, linha que se associa. “A restauração é uma questão de equilíbrio e de medida, é mais escuta do que fala ou proposição” É necessário entender o que o bem tem a dizer para podermos intervir e propor algo.

No Projeto intitulado “PROPOSTA PARA PROTEÇÃO E GESTÃO DAS RUÍNAS DA ANTIGA IGREJA DE SÃO MIGUEL ARCANJO E CONVENTO JESUÍTA NA CIDADE DE EXTREMOZ/RN”. São feitas considerações importantes acerca da necessidade, ou não, de uma reconstrução total do bem cultural: “Quando voltamos para as áreas arqueológicas, sendo definidas como testemunho histórico do trabalho humano, se torna pertinente que a intervenção reafirme os valores do bem e auxiliem em sua perpetuação e salvaguarda. Quando conferidas ao restauro arqueológico, tais ações se mostram vantajosas na incorporação da apresentação dos vestígios, a fim de facilitar a leitura e compreensão dos visitantes. Sem haver necessidade de reconstrução.” (FERNANDES, 2023, p. 54)

            O documento conclui que não haveria uma real necessidade de uma reconstrução total do bem cultural, mas intervenções de caráter pontual. Como esclarece o autor “No entanto, não há razões para isso, além de que o reconhecimento como patrimônio cultural foi realizado em seu estado arruinado. Não havendo memória afetiva urgente a ser rememorada ou indicações técnicas que mencionem a atmosfera concreta da igreja e convento em sua totalidade. Além de que a população já reconhece seu valor de antiguidade pelo estado mutilado, pelos usos atribuídos com eventos e visitação constante”.

Abaixo, algumas imagens de como seria algumas das propostas de intervenção. O documento completo com as 91 páginas está disponível no link a seguir: https://drive.google.com/file/d/1pM_2mvPxZdxvQBmZArz2RO7L4Vvp-yWm/view?usp=sharing  





O SENTIMENTO EM RELAÇÃO A ESSE RESULTADO CONQUISTADO

“Sentimento de muito orgulho. Mesmo com a falta de apoio e de incentivo. Muita alegria e muita gratidão. Um feito magnifico. Isso é imensurável. Também é sinal que tem muito trabalho pela frente. O processo é longo e meticuloso”. Desabafa.

VII ENCONTRO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO – USP

Ainda, em 2022, foi apresentado no VII ENANPARQ 2022, USP, um trabalho chamado Entre a Inércia e a Repristinação: Ruínas em Extremoz e Sua Preservação em que o autor fala sobre vários aspectos relacionados a sua pesquisa. Apresentação disponível na íntegra no link a seguir:







 


quarta-feira, 20 de março de 2024

LIVRO: O CHORO DO RIO POR HAILTON MANGABEIRA

 


Um rio tão importante,

Durante sua extensão.

Barragem de Tabatinga

Em Guarapes, o Casarão,

O Solar Ferreiro Torto,

Basta prestar atenção.

(RIOS, 2024, p. 26)

 

Você já pensou na importância dos rios para as cidades? Entendendo essa importância podemos esperar ações que possam ajudar na sobrevivência e na recuperação dos nossos mananciais. Em seu mais recente trabalho do escritor - Hailton Mangabeira - da terra de Alta de Souza, em Macaíba, nos presenteia com um livro em que os personagens principais são os rios Jundiaí, Pitimbu e o Potengi. Assim, somos convidados a navegar pela história e por locais do Rio Grande do Norte guiados pela sua poesia.

A obra está estruturada em blocos temáticos que relacionam a métrica do cordel e os estudos realizados para a concepção do livro. Acredito que um dos grandes méritos do trabalho está em chamar atenção para as ações coletivas em defesa da recuperação desse importante recurso que é a agua, afinal, todos somos responsáveis pelo seu uso consciente. Esse caráter de coletividade se expressa, também, nas parcerias firmadas pelo autor entre outros autores que emprestaram seu talento e ajudam, Rios, a brilhar ainda mais forte. É o caso de uma passagem assinada pelo poeta, Dito Délis, um belo poema chamado O choro do rio. Aqui, lemos de forma emocionante o dialogo entre um homem com um velho – ao voltar de um forró em São Gonçalo do Amarante:

 

Daí então esse homem

Foi se desmanchando em água

Demorei para entender

A cena que apreciava

Mais depois compreendi

Tudo que ele me falara

E de forma decrescente

Jundiaí se fez gente

Pra chorar a sua mágoa.

(RIOS, 2024, p. 41)

 

O texto nos convida e provoca grandes reflexões sobre a importância de ações coletivas para o equilíbrio do meio ambiente. Ajudando a melhorar, isso sim, a relação do homem com a natureza. Encerro essas breves palavras navegando na poesia de Manbageira bem no meio do rio Potengi – passando pelo período colonial até os dias atuais. Rios precisa ser conhecido, lido e que nossos estudantes possam ter acesso e desfrutar desse conhecimento imperativo para sua formação como estudantes.

Foi chamado Rio Grande,

No tempo colonial,

Chamado Rio Salgado,

Pelo povo de Natal

E de Rio Potengi,

Grande referencial.

(RIOS, 2024, p. 61)

 

quinta-feira, 7 de março de 2024

INSTITUTO HISTÓRICO DO RN APOIA O SEMINÁRIO IR. MARIA DIONICE EM EXTREMOZ

 


Na manhã dessa quarta-feira, dia 06, a presidente do IHGRN, Dra. Joventina Simões, em reunião com membros da diretoria do instituto e com a organização do Seminário Ir. Maria Dionice reconheceu a importância do evento para o Instituto e para a história do Rio Grande do Norte. 

Estiveram presentes na reunião também, os diretores, Andre Pignataro (diretor de pesquisa do instituto), Alberto Cortes (diretor financeiro), Pedro Simões (diretor da biblioteca, arquivo e museu), Marco Emerenciano (sócio e presidente da Academia Ceará-mirinense de Letras) e o Prof. Leandro Soares de Extremoz.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA: PEDALANDO NA HISTÓRIA

 



Teve início essa semana na biblioteca central da UFRN a exposição fotográfica – Pedalando na História. A exposição conta com fotografias sobre o patrimônio histórico e cultural do RN, visitados de Bike.

Com o tema: “Conhecendo o patrimônio histórico e cultural do RN de Bike”, o objetivo da exposição é compartilhar com o público os benefícios que a bicicleta tem em relação à qualidade de vida e mostrar que é possível ampliar nosso conhecimento em relação ao patrimônio histórico e cultural do RN com a Bike. Uma iniciativa do Prof. Leandro Soares - ciclista e professor da rede estadual de Educação.

O projeto é fruto das andanças e de muitos pedais feitos com colegas por diversos locais do RN conhecendo e registrando suas riquezas históricas e culturais. As imagens foram produzidas com o próprio celular, explicou o professor. Além de contribuir para a mobilidade do trânsito é possível aprender enquanto se pedala.

O público-alvo são professores, estudantes, ciclistas, amantes do esporte, público em geral e é aberta a toda comunidade que deseja participar, independente de vinculação a UFRN. A iniciativa tem por propósito incentivar a prática do esporte como fomento a qualidade de vida, integrada com a busca pelo conhecimento e a valorização do patrimônio histórico-cultural.

A proposta é convidar à reflexão para perceber o patrimônio cultural não como elementos circunscritos apenas no passado, mas, pensar a partir dos elementos do presente as conexões, possíveis ressignificações e o sentimento de pertencimento com esse patrimônio, que é nosso. A exposição da nome ao livro que será publicado em breve sobre os bastidores e a perspectiva histórica dos locais visitados. "Com o propósito de democratizar o acesso a literatura regional, a obra será gratuita no formato digital". Explicou o professor. 

“A Bike nos permite conhecer locais esquecidos ou abandonados e até mesmo perceber toda a riqueza histórica e cultural que nos cerca durante a correria do dia-a-dia.” Disse. A exposição segue até o dia 12 de janeiro. Tudo gratuito.


segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Extremoz e o Túnel dos Holandeses


                              # Primeira visita ao túnel dos holandeses

Sem dúvida, essa é uma das mais famosas lendas de Extremoz. Mesmo local que Joaquim Honório esteve há cerca de 100 anos. Acredito que o local revela, em alguma medida, parte da história de resistência indígena, em Extremoz, no contexto da colonização.

O túnel foi descoberto em 1915 por Joaquim Honório e sua história se transformou em uma das lendas mais conhecidas de cidade. Tudo indica ter sido construído pelos Jesuítas com ajuda dos indígenas, outra versão é que tenha sido construído pelos holandeses entre o período de 1633 e 1654.

Ao que se sabe o túnel teria sido descoberto por volta de 1915 por Joaquim Honório. Mas a sua construção deve datar, segundo historiadores, ainda do inicio do século XVII, portanto há quase 400 anos. No livro, As Lendas de Extremoz, de Simone Souza, (pág. 65) temos o relato de uma entrevista realizada com uma sobrinha de Joaquim Honório, personagem principal dessa história fascinante. A sobrinha chamada Olindina Honório em 1998, à época com 84 anos de idade, revelou que seu tio, ao fazer escavações ao redor da igreja, encontrou a entrada do túnel. Mas não ouro. Como dito por Câmara Cascudo, tudo que Joaquim encontrou dentro do túnel foi um tijolo e um cachimbo. O tijolo com o nome Manoel Tambaguassu seria o nome do frade que apareceu em forma de fantasma nos sonhos do jovem Joaquim.

Na obra, A história de Estremoz (com S), da Irmã Maria Dionice, (pág. 81) é dito que, esse evento ocorrido com Joaquim desperta a cobiça e a ambição de muitos exploradores que chegam a Extremoz de toda parte para explorar o local em busca de ouro. Sem dúvida esse movimento contribuiu para o estado em que a antiga igreja se encontre hoje. Apenas Ruínas. Dionice explica , ainda, que “De toda parte surgiram videntes e curiosos que esgravatam a terra derredor da velha igreja. Vem dos estados vizinhos, do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, com planos, riscos e esquemas”.

Outro relato muito interessante sobre o tesouro de Extremoz encontramos na obra, Lendas do Brasil, de Gumercindo Saraiva, (pág. 103) ao citar o discurso de D. José Pereira (Bispo de Natal) falando sobre o verdadeiro tesouro de Extremoz. Onde lemos a seguinte advertência “Não busqueis tesouros encantados em subterrâneos desconhecidos. O vosso tesouro está nesta terra feraz, onde abundam as fruteiras, onde frondeja o eucalipto, onde cresce e frutifica o café em grãos de púrpura e de ouro, nesta lagoa maternal que fertiliza os vossos campos”.

Acredito, como adverte o Bispo, que a maior riqueza de Extremoz é a sua própria terra. Lugar mais agradável para se viver, não há.

Atenção: O túnel se encontra em uma área particular e não está disponível para visitação.

Agradecimento aos proprietários por autorizarem nossa entrada. Agradecimento especial ao colega e pesquisador Ricardo Barros, @historiasdeextremoz, pelas informações sobre a localização exata do túnel.

Não deixe de seguir nossa página no instagram @pedalandonahistoria1

Fontes:

Lendas do Brasil, Gumercindo Saraiva, 1984

A história de Estremoz, Ir.A. Maria Dionice, 1997

Lendas de Extremoz, Simone Souza, 2020

Página: @historiasdeextremoz (Ricardo Barros)

quarta-feira, 2 de agosto de 2023

ILHADOS E RESGATADOS NO PARAÍSO TROPICAL

 


Já imaginou fazer uma aventura de pedal com a turma e ficar ilhado por causa da maré cheia - tendo que aguardar por um resgate? Foi exatamente o que aconteceu com os amigos do grupo Vamos Trilhar, recentemente. Foram momentos de tensão e adrenalina que deram um sabor especial a essa aventura até Barra de Cunhaú, também conhecido como o Caribe do Nordeste. Quem nos contou os detalhes desse episódio inesquecível foi o colega Beto – um dos organizadores da aventura.

Naquele segundo sábado de maio, dia 13, o sol dava o ar da graça, precisamente, as 5h21 da matina. A tabua de maré informava a primeira cheia para o fim da manhã, por volta das 11h. Saindo de Natal, mas precisamente da Rodoviária, Beto, encontrou os colegas Leo e Cardoso e seguiram com destino a Rota do Sol para encontrar o restante do grupo – Guilerme e Rejane. Dos sete ciclistas esperados, por questões de saúde, só confirmaram presença os cinco citados. Faz parte.

Guilherme foi o primeiro a ligar o Strava (aplicativo para registrar os treinos). Às 4h57 da matina já estiva conectado. Todos juntos com o nascer do sol. O objetivo da aventura era fazer um cinturão até Barra do Cunhaú, localizado no município de Canguaretama. Passando por Pipa – em Tibau do Sul. Um percurso de quase 170 km no total. Inicialmente, foi combinado em irem pelo litoral e voltarem pela BR 101. O detalhe é que a equipe subestimou a velocidade da cheia da maré. A sorte foi a mochila de Rejane, sempre com uma carta na manga.

Já em Pirangi, por volta das 7h, uma parada rápida para um café esperto e reforçado. A região é conhecida por abrigar o maior cajueiro do mundo. A árvore foi plantada por um pescador ainda no final do Brasil imperial, em 1888, desde então, não parou mais de crescer. Um verdadeiro privilégio para nossa região. A turma seguiu até a praia de Barreta, localizada no município de Nísia Floresta com a intenção de fazer a famosa travessia das Dunas de Malembá – em direção a Pipa. Importante registrar que o município de Nísia Floresta leva esse nome em homenagem a primeira educadora fermina do Brasil. Nascida em 1810, Dionísia Gonçalves Pinto usa “Nísia Floresta Brasileira Augusta” como pseudônimo. Na época a cidade ainda se chamava Vila de Papary. Seu primeiro livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” foi escrito aos 22 anos de idade. Muita riqueza histórica nessa região.



Em seguida, após um belo passeio à beira mar, chegaram ao final da linha à espera da Balsa. A maré subia bem mais rápido que o esperado. Era por volta das 9h da manhã e nada da Balsa. O grupo começa a ficar apreensivo ao perceber que não havia como voltar pelo mesmo caminho. Estavam “presos”, ilhados e a espera da Balsa para fazer o “resgate”. Por sorte um rapaz em uma lancha de turistas ouve os apitos de Cardoso e os chamados do grupo, comunica a balsa, que após alguns bons minutos resgatou a turma. Alivio. Mas, como diria um colega “pedal só presta com laranjada”, rsrs.




Após esse “pequeno” susto, nada melhor que aproveitar as belezas de Pipa, suas riquezas naturais e gastronômicas. Após um merecido descanso para almoçar, por volta das 15h, a turma segue em direção a Barra de Cunhaú - em Canguaretama. Vale destacar a importância histórica de Canguaretama para o estado. Suas riquezas vão muito além das belas praias. Guardam forte valor histórico e cultural, atraindo cada vez mais turistas de vários lugares. Aqui, temos o primeiro engenho do estado, datado de 1604, o Engenho Cunhaú (palco dos massacres). O episódio histórico mais conhecido da região, sem dúvida, foi o triste massacre de Cunhaú, ocorrido em 1645, no contexto da invasão holandesa. Em 2017, o Papa Francisco canonizou os Mártires de Cunhaú e Uruaçu no Vaticano, em Roma. O que mostra a importância e o prestigio internacional do local.



Iniciando o retorno, no final da tarde, a turma chega a Parnamirim, por volta das 23h. Por fim, todos chegaram a suas casas em segurança. Prazeres que só a Bike proporciona. Afinal, é isso que levamos da vida. Memórias felizes, as amizades e experiências incríveis.

Parabéns a todos os ciclistas que participaram dessa aventura. Corpo e alma são alimentados de experiências como essa. Que outros possam conhecer e se inspirar a explorar as riquezas da região.  


ESCRITORA IR. MARIA DIONICE SERÁ HOMENAGEADA EM NOVA ESCOLA NO BAIRRO MOINHO DOS VENTOS

                                              Imagem: SOARES, L. Extremoz em Prosa, p. 69 Na manhã de hoje a Câmara Municipal de Extremoz ap...

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