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quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

ROTUNDA: MUSEU FERROVIÁRIO DE NATAL

 

O surgimento do trem a vapor foi um importante marco da chamada revolução industrial liderada pela Inglaterra ao longo do século XIX. Fundamental para o funcionamento das fábricas, o trem desempenhou um papel central durante a primeira e a segunda guerra mundial. A estrada de ferro alterou a dinâmica econômica e social desde então, possibilitando o surgimento de cidades, encurtando distâncias e promovendo uma verdadeira revolução na produção agrícola e na mobilidade entre as cidades e até mesmo entre países.

Em 1804 temos a primeira locomotiva a vapor na Inglaterra. No Brasil a primeira locomotiva só vai operar em 1854 no Rio de Janeiro. No Rio Grande do Norte, o primeiro trecho ferroviário data de 1881, ainda no período imperial e operado pela empresa inglesa Great Western of Brazil Railway (G. W. B. R.). O primeiro trecho ferroviário a operar no RN foi o trecho Natal-Nova Cruz. Já o segundo trecho só vai operar a partir de 1906 ligando Natal-Ceará-mirim. É importante ressaltar que a presença da estrada de ferro no RN foi fundamental para a dinamização da economia. A estrada de ferro teve papel importante como medida contra a seca por meio da geração de empregos e no escoamento da produção agrícola, por exemplo.

Em 1916 é inaugurada a famosa ponte de ferro do Igapó, que funcionou até o ano de 1970. Projetada inicialmente apenas para a passagem do trem, foi por 54 anos a única ligação da cidade com o vale açucareiro (que representava em torno de 60% da economia do estado) e o restante da cidade. O primeiro trem a inaugurar a famosa ponte de ferro (também chamada de ponte dos ingleses) foi uma locomotiva a vapor chamada Catita no ano de 1916. Uma viagem que contou com as maiores autoridades políticas do período, entre os quais estavam, além do governador Ferreira Chaves, o escritor e historiador Câmara Cascudo, à época com apenas dez anos de idade.

Por meio da iniciativa do Instituto dos Amigos do Patrimônio Histórico e Artístico-Cultural e da Cidadania (IAPHACC), presidido pelo pesquisador Ricardo Tersuliano, foram realizados estudos e pesquisas sobre a história da ferrovia no RN e surgiu a ideia de resgatar a Catita, por meio judicial, (que estava em Pernambuco desde a década de setenta) para o nosso estado, juntamente com um acervo, conseguido por meio de doações de ferroviários que acreditaram no projeto e na necessidade da construção de um museu  que promova o resgate e a preservação da memória do trem em nosso estado, assim como sua divulgação.

Por meio de uma parceria com o IFRN Campus Cidade Alta o Museu Ferroviário   encontrou seu local de existência e exposição permanente na nova unidade do IFRN localizado no bairro das Rocas. A instituição federal de ensino inaugurou a nova unidade em 2016, restaurando a antiga Rotunda (antiga oficina de trens), mantendo a arquitetura original do prédio histórico e hoje disponível para toda a comunidade. Além dos cursos médio, técnicos integrados e subsequentes o prédio abriga, ainda, o museu do trem (Museu Ferroviário Manoel Tomé de Souza). Uma das principais atrações que compõe o acervo do museu é sem dúvida a primeira locomotiva a vapor a inaugurar a ponte de ferro de Igapó, a Catita em 1916.

 

                                 *Foto: Samuel Souza

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