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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Abstenção Eleitoral e o tal dos votos inválidos

A cada eleição o número de pessoas que escolhem não escolher, vem aumentando de forma expressiva. Achei por dever fazer uma breve consideração sobre o tema. Mas por onde começar? Primeiro, fiz algumas consultas pelos lados da internet, sobre os números da chamada Alienação Eleitoral (a soma das abstenções, votos nulos e brancos) e o seu comportamento nas últimas eleições nacionais, para estabelecer um parâmetro simples, e, possivelmente, estabelecer alguma relação com a realidade municipal e ver o que acontece.

Pois bem, nas últimas oito eleições nacionais, desde a redemocratização, 1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018 o número de pessoas que abriram mão do direito de escolher seus representantes aumentou, e muitos pesquisadores e especialistas tentam compreender o que tem por trás desse fenômeno. Para termos uma ideia, em 1989, em torno de 20% de eleitores aptos preferiram não participar do processo. Esse número chegou a 40% em 1998, nas eleições nacionais seguintes se manteve em média na casa dos 25%. Em 2014, 29% e nas últimas eleições presidenciais de 2018, novo recorde chegando a casa dos 31%. O que representa um contingente de mais de 43 milhões de eleitores aptos que escolheram não escolher (Daria para lotar quase 700 estádios de futebol com tanto eleitor). Mas o que esses números significam?

Na prática, quanto mais votos inválidos (abstenções, brancos e nulos) menos votos válidos são necessários para os candidatos se elegerem. Isso mesmo. Estamos facilitando o trabalho para os políticos. Já pensou nisso? Ao você não escolher está deixando outra pessoa escolher por você, decidir por você, representar outros interesses que não o seu.

É claro que as razões por trás desse comportamento são diversas, todas perfeitamente justificáveis, como a desconfiança, descrédito, indiferença, decepção, falta de representatividade, preguiça, protesto e até mesmo desilusões políticas – das mais diversas ordens.

A intenção desse texto é convidar à reflexão sobre a eficiência desse método (a não participação) para expressar tais sentimentos. Acredito que anular o voto é, ao mesmo tempo, anular sua VOZ enquanto cidadão, e facilitar o trabalho para os políticos se elegerem até com mais facilidade, na medida em que necessitam de menos votos válidos para venceram suas caríssimas eleições.

     Observando a situação aqui na cidade de Extremoz (RN) e as suas últimas cinco eleições municipais de 2016 ao ano de 2000, os dados eleitorais (todos disponíveis no site do TSE) mostram uma Alienação Eleitoral em torno de 23% (acima da média nacional). Teve eleição que esse número chegou a 28%. Se pensar que estamos falando de uma cidade de pouco mais de 20 mil eleitores, estamos falando de quase um quarto dos votos invalidados e desconsiderados do processo eleitoral. Reduzindo de forma significativa a representatividade dos mandatos. Observando outras cidades da região metropolitana a situação consegue ser mais grave. Na última eleição municipal de 2016 a capital – Natal -  chegou a mais de 36% de votos inválidos, Parnamirim (21%) e São Gonçalo do Amarante (18%).

    É imperativo termos clareza das consequências do NÃO voto. Talvez nossas ruas esburacadas e alagadas, falta de calçamento em meio a poeira e barro, horas e horas à espera de um ônibus coletivo lotado e caro já sejam consequência da omissão e de abrir mão da participação política. Afinal de contas, o que esperar de um voto invalidado.

 

  


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