A cada eleição o número de pessoas que escolhem não escolher, vem
aumentando de forma expressiva. Achei por dever fazer uma breve consideração
sobre o tema. Mas por onde começar? Primeiro, fiz algumas consultas pelos lados
da internet, sobre os números da chamada Alienação Eleitoral (a
soma das abstenções, votos nulos e brancos) e o seu comportamento nas últimas
eleições nacionais, para estabelecer um parâmetro simples, e, possivelmente,
estabelecer alguma relação com a realidade municipal e ver o que acontece.
Pois bem, nas últimas oito eleições nacionais, desde a redemocratização,
1989, 1994, 1998, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018 o número de pessoas que abriram
mão do direito de escolher seus representantes aumentou, e muitos pesquisadores
e especialistas tentam compreender o que tem por trás desse fenômeno. Para
termos uma ideia, em 1989, em torno de 20% de eleitores aptos preferiram não
participar do processo. Esse número chegou a 40% em 1998, nas eleições
nacionais seguintes se manteve em média na casa dos 25%. Em 2014, 29% e nas
últimas eleições presidenciais de 2018, novo recorde chegando a casa dos 31%. O
que representa um contingente de mais de 43 milhões de eleitores aptos que
escolheram não escolher (Daria para lotar quase 700 estádios de futebol com tanto
eleitor). Mas o que esses números significam?
Na prática, quanto mais votos inválidos (abstenções, brancos e nulos)
menos votos válidos são necessários para os candidatos se elegerem. Isso mesmo.
Estamos facilitando o trabalho para os políticos. Já pensou nisso? Ao você não
escolher está deixando outra pessoa escolher por você, decidir por você,
representar outros interesses que não o seu.
É claro que as razões por trás desse comportamento são diversas, todas
perfeitamente justificáveis, como a desconfiança, descrédito, indiferença,
decepção, falta de representatividade, preguiça, protesto e até mesmo
desilusões políticas – das mais diversas ordens.
A intenção desse texto é convidar à reflexão sobre a eficiência desse
método (a não participação) para expressar tais sentimentos. Acredito que
anular o voto é, ao mesmo tempo, anular sua VOZ enquanto cidadão, e facilitar o
trabalho para os políticos se elegerem até com mais facilidade, na medida em
que necessitam de menos votos válidos para venceram suas caríssimas eleições.
Observando a situação aqui na cidade de Extremoz (RN) e as suas últimas
cinco eleições municipais de 2016 ao ano de 2000, os dados eleitorais (todos
disponíveis no site do TSE) mostram uma Alienação Eleitoral em
torno de 23% (acima da média nacional). Teve eleição que esse número chegou a
28%. Se pensar que estamos falando de uma cidade de pouco mais de 20 mil
eleitores, estamos falando de quase um quarto dos votos invalidados e
desconsiderados do processo eleitoral. Reduzindo de forma significativa a
representatividade dos mandatos. Observando outras cidades da região
metropolitana a situação consegue ser mais grave. Na última eleição municipal
de 2016 a capital – Natal - chegou a mais de 36% de votos inválidos,
Parnamirim (21%) e São Gonçalo do Amarante (18%).
É
imperativo termos clareza das consequências do NÃO voto. Talvez nossas ruas
esburacadas e alagadas, falta de calçamento em meio a poeira e barro, horas e
horas à espera de um ônibus coletivo lotado e caro já sejam consequência da
omissão e de abrir mão da participação política. Afinal de contas, o que
esperar de um voto invalidado.
Na minha humulde opinião, tudo se resume em abrir mão do exercício da cidadania. Porém é uma decisão de cada um e devemos respeitar.
ResponderExcluirObrigada pelo texto bem explicativo. Mas muitas eleições tive vontade de anular o voto com tanta desilusão com os candidatos mas mudei de idéia.
ResponderExcluirNão devemos deixar que outra pessoa escolha nossos representantes por nós. Até entendo os diversos porquês de quem age assim, mas votar foi um direito adquirido com luta e devemos aproveita-lo da forma mais consciente possível. Ótima explicação!
ResponderExcluirAdorei a explicividade do texto.. Com certeza, ajudará muitos a entenderem melhor a importância da escolha.
ResponderExcluirÓtimo texto! Fico pensando sobre o quanto o brasileiro ainda não consegue entender a importância de ter o direito de votar e de não reeleger candidatos que são inúteis no papel de representar a maioria dos brasieliros. Muitos deles se possa do cargo para favorecimento pessoal e de terceiros.
ResponderExcluirClaramente quando você deixa de votar você está deixando as pessoas que tem afinidades políticas escolherem, sendo assim o político que já tem uma base montada de votos será reeleito por várias veses. Quanto a falta de calçamento ruas esburacadas acrescento o comentário, a penas a respeito de Estremoz. A arrecadação de IPTU hoje gira em torno de 30%. Supermercados e mercados,o comércio em geral do ela impostos, na forma que a população não pede sua nota fiscal qua do efetua uma compra.hoje quase 40% da população usa Estremoz como dormitório, com todos os seus hábitos sendo feito em Natal, como compras de supermercados gastos e gastos gerais, hoje 70% dos do os de carros de Estremoz não trouxeram suas placas para Estremoz, sendo assim pagando seus tribultos a outros municípios, eu poderia falar muito mais a respeito da parte do compromisso de nos como cidadãos mas vou ficar por aqui. E digo a cidade de Estremoz passa por uma situação atípica dobrando de tamanho em menos de 6 anos. E quem chega aqui não faz quase nada para agregar na cidade. Hoje dessa população nova mais de 70% não ajuda nem na escolha do gestor,mas todos se acham entendidos e e emtendedores dos problemas desta cidade. Deixo aqui minha reflexão e umilde opiniao.
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