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quarta-feira, 2 de agosto de 2023

ILHADOS E RESGATADOS NO PARAÍSO TROPICAL

 


Já imaginou fazer uma aventura de pedal com a turma e ficar ilhado por causa da maré cheia - tendo que aguardar por um resgate? Foi exatamente o que aconteceu com os amigos do grupo Vamos Trilhar, recentemente. Foram momentos de tensão e adrenalina que deram um sabor especial a essa aventura até Barra de Cunhaú, também conhecido como o Caribe do Nordeste. Quem nos contou os detalhes desse episódio inesquecível foi o colega Beto – um dos organizadores da aventura.

Naquele segundo sábado de maio, dia 13, o sol dava o ar da graça, precisamente, as 5h21 da matina. A tabua de maré informava a primeira cheia para o fim da manhã, por volta das 11h. Saindo de Natal, mas precisamente da Rodoviária, Beto, encontrou os colegas Leo e Cardoso e seguiram com destino a Rota do Sol para encontrar o restante do grupo – Guilerme e Rejane. Dos sete ciclistas esperados, por questões de saúde, só confirmaram presença os cinco citados. Faz parte.

Guilherme foi o primeiro a ligar o Strava (aplicativo para registrar os treinos). Às 4h57 da matina já estiva conectado. Todos juntos com o nascer do sol. O objetivo da aventura era fazer um cinturão até Barra do Cunhaú, localizado no município de Canguaretama. Passando por Pipa – em Tibau do Sul. Um percurso de quase 170 km no total. Inicialmente, foi combinado em irem pelo litoral e voltarem pela BR 101. O detalhe é que a equipe subestimou a velocidade da cheia da maré. A sorte foi a mochila de Rejane, sempre com uma carta na manga.

Já em Pirangi, por volta das 7h, uma parada rápida para um café esperto e reforçado. A região é conhecida por abrigar o maior cajueiro do mundo. A árvore foi plantada por um pescador ainda no final do Brasil imperial, em 1888, desde então, não parou mais de crescer. Um verdadeiro privilégio para nossa região. A turma seguiu até a praia de Barreta, localizada no município de Nísia Floresta com a intenção de fazer a famosa travessia das Dunas de Malembá – em direção a Pipa. Importante registrar que o município de Nísia Floresta leva esse nome em homenagem a primeira educadora fermina do Brasil. Nascida em 1810, Dionísia Gonçalves Pinto usa “Nísia Floresta Brasileira Augusta” como pseudônimo. Na época a cidade ainda se chamava Vila de Papary. Seu primeiro livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” foi escrito aos 22 anos de idade. Muita riqueza histórica nessa região.



Em seguida, após um belo passeio à beira mar, chegaram ao final da linha à espera da Balsa. A maré subia bem mais rápido que o esperado. Era por volta das 9h da manhã e nada da Balsa. O grupo começa a ficar apreensivo ao perceber que não havia como voltar pelo mesmo caminho. Estavam “presos”, ilhados e a espera da Balsa para fazer o “resgate”. Por sorte um rapaz em uma lancha de turistas ouve os apitos de Cardoso e os chamados do grupo, comunica a balsa, que após alguns bons minutos resgatou a turma. Alivio. Mas, como diria um colega “pedal só presta com laranjada”, rsrs.




Após esse “pequeno” susto, nada melhor que aproveitar as belezas de Pipa, suas riquezas naturais e gastronômicas. Após um merecido descanso para almoçar, por volta das 15h, a turma segue em direção a Barra de Cunhaú - em Canguaretama. Vale destacar a importância histórica de Canguaretama para o estado. Suas riquezas vão muito além das belas praias. Guardam forte valor histórico e cultural, atraindo cada vez mais turistas de vários lugares. Aqui, temos o primeiro engenho do estado, datado de 1604, o Engenho Cunhaú (palco dos massacres). O episódio histórico mais conhecido da região, sem dúvida, foi o triste massacre de Cunhaú, ocorrido em 1645, no contexto da invasão holandesa. Em 2017, o Papa Francisco canonizou os Mártires de Cunhaú e Uruaçu no Vaticano, em Roma. O que mostra a importância e o prestigio internacional do local.



Iniciando o retorno, no final da tarde, a turma chega a Parnamirim, por volta das 23h. Por fim, todos chegaram a suas casas em segurança. Prazeres que só a Bike proporciona. Afinal, é isso que levamos da vida. Memórias felizes, as amizades e experiências incríveis.

Parabéns a todos os ciclistas que participaram dessa aventura. Corpo e alma são alimentados de experiências como essa. Que outros possam conhecer e se inspirar a explorar as riquezas da região.  


2 comentários:

  1. Essa realmente foi uma aventura!! Imprudente, mas com final feliz!!
    Esse magnífico registro com as aves, muito belo.

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  2. Pense numa laranjada e aventura das boas essa.

    ResponderExcluir

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