É comum algumas pessoas não atentarem para a distância existente entre esses dois fenômenos. De um lado as paixões aguçadas pelos processos eleitorais, e do outro, o compromisso e o engajamento de participar da vida pública de onde se vive.
Entre a atividade constante e permanente que é a política e o evento
espetacular que são as eleições existe uma distância que só é superada pela
indiferença de parte considerável da população.
Como nos lembra o consultor político, Gilberto Musto, política não tem
nada a ver com eleição! Vejamos; Eleição trata do processo de escolha de um
representante para representar a sociedade em um determinado cargo eletivo
(geralmente nos poderes executivo e legislativo, mas não apenas). Tem data para
iniciar e terminar, ocorre, geralmente, a cada 2 anos (de acordo com calendário
eleitoral) e envolve uma série de profissionais que fazem o espetáculo
acontecer. Envolve paixões, desperta emoções, quase como em uma partida de
futebol.
A
política está relacionada com os assuntos públicos de uma determinada
localidade (uma comunidade, um bairro, uma cidade, país ou mundo). O lugar onde
vivemos é o resultado das ações, ou mesmo das omissões políticas. Decisões
políticas são tomadas e nos afetam a toda hora, em alguns casos nem são
percebidas. De repente a rua que usávamos para se deslocar até o trabalho,
agora é contramão. E lá se vai mais uma decisão política afetando diretamente
nossas vidas.
Na eleição vence o melhor espetáculo (não
necessariamente o mais bem preparado). Talvez por isso fique aquela sensação de
quarta-feira de cinzas quando passa a eleição. Pois, logo agora que vai iniciar
a política de verdade, todos foram para casa aguardar o próximo espetáculo.
Portanto, a cidadania não deve ser entendida como apertar um botão na
urna a cada quatro anos. E sim, a sua conduta de acompanhar e cobrar de nossos
representantes eleitos, por nosso voto, de forma diligente ao longo de todo o
mandato.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVerdade! Muitos se preparam para as eleições, mas não se importam com a política onde, nesta última, todos os candidatos eleitos deveriam estar em constante acompanhamento feito por seus eleitores. Como a maior parte da população não se importa, os eleitos deixam de trabalhar em favor do bem comum e passam a trabalhar apenas por quem de fato liga: os próprios candidatos eleitos! Tá na hora de cobrarmos na política todas as promessas que são feitas durante o espetáculo!
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Belo texto
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